A dor e a Delícia de Ser quem é

Uma reflexão sobre a vida, pela mente e mãos de Queila Rodrigues

A dor e a Delícia de Ser quem é

Viver é trabalhos, mas muito bom!

Ao nascermos, fazemos um grande esforço para sair do ventre materno, choramos de dor quando o ar atinge nossos pulmões, a luz nos ofusca os olhos e o médico ainda nos dá uma palmada. Ufa! Quanto trabalho para iniciar meu trabalho de viver!

Quando criança tudo que aprendemos é por repetição e consistência, descobrimos os pés, as mãos, falta coordenação, não conseguimos nos expressar e choramos. Daí, alguns de nós, agraciados, sente o aconchego gostoso do colo da mãe, o carinho dos avós e a falta de jeito do pai nos acolhendo.

À medida que crescemos a linguagem é desenvolvida, agora pedimos, expressamos sentimentos, recebemos milhões de nãos. A leitura é tão complicada, o “a” de abelhinha é o mesmo de amor. Porém quando conseguimos fazer com que o outro nos entenda, conseguimos formar letrinhas e ler, nossa estamos no céu. Quão inteligente sou!

A adolescência requer demais de nós, agora esticamos, emagrecemos, engordamos, hormônios desregulam, somos velhos demais para algumas atitudes e jovens demais para outras. Continuamos a trabalhar nossa personalidade, aprendemos como nos portar socialmente, já se cobra uma futura profissão, um aprendizado aqui e outro acolá. Contudo há tantos sabores nessa época, tantas experiências são vivenciadas, rebeldias, tudo formando os nossos anos de ouro.

Ainda adultos continuamos aprendendo, agora muitos de nós já repassa aos filhos os aprendizados de outrora, e outros caminham fazendo esse repasse em outras obras como profissões, serviços comunitários, empresas ou outras áreas. Somos responsáveis, trabalhamos duro, devemos ganhar dinheiro, estarmos atualizados, saber de tudo um pouco, somos referência. Mas também nós aproveitamos da liberdade da carteira de habilitação, das viagens de férias, do poder assinar documentos importantes, conquistamos muitas coisas.

A idade madura ainda nos leva a academia, mas também ao médico. Temos conhecimento, experiência, vivemos muitas coisas, agora estamos mais focados nas coisas verdadeiras na filosofia do viver. É compensatório estar aqui, é um privilégio.

Por toda a vida levamos nosso corpo para atividades físicas, a comer saudável, a lazer, a estudos, a ter inteligência emocional, saúde mental, a viver em família com seus altos e baixos. Tudo isso dá muito trabalho, mas também vivemos alegrias, emoções, vitórias, o choro de rir. E no final todo aquele trabalho na verdade era o que dava o prazer de viver.

Junto ao título deste texto está a estátua de Bobbie Carlile, onde um homem esculpe a si mesmo. Passamos a vida nos esculpindo, tanto por fora quanto por dentro. A todo ou a qualquer momento podemos ver nossa criação apenas parando e analisando como estamos caminhando nessa vida.

Deixo a reflexão: Como está sua escultura? Só você pode verdadeiramente saber da dor e da delicia de ser quem é!

Fonte: Queila Rodrigues