O ângulo de anteversão é formado entre os eixos transversais condilianos e o eixo do colo femoral. Aproximadamente no terceiro mês de vida intrauterina há uma adução (rotação interna) do colo e a diáfise do fêmur, com uma angulação de vinte e cinco a trinta e um graus ao nascimento. Durante o crescimento, a anteversão vai diminuindo até estabilizar- se em média de quinze graus até aos quinze ou dezesseis anos de idade. Há casos, entretanto que essa possível regressão se efetua mais lentamente, causando uma alteração dos membros inferiores no início da marcha.
A posição em “W” das crianças ao sentar-se aumenta o grau de extensão dos colos femorais. Geralmente as crianças que apresentam sua marcha em rotação interna dos membros inferiores são portadoras de anteversão de colo femoral. A posição em “W” é a preferência das crianças enquanto sentadas. A marcha com os pés rodados para dentro é vulgarmente chamada de “marcha em periquito”.
Esta deformidade é mais comum em meninas, existindo uma tendência familiar para esta patologia. No consultório médico os pais apresentam a criança e queixam-se que a mesma possui uma marcha com os pés rodado para dentro e muitas quedas. No exame físico verificamos as patelas rodadas medialmente, em posição ortostáticas (patelas estrábicas).
Para medir o grau de anteversão podemos utilizar a tomografia computadorizada e a partir do seu resultado definimos o tratamento. O tratamento deve ser acompanhado em ambulatório como medidas preventivas e conservadoras. O mesmo tratamento depende do tipo de desvio e idade do paciente pois, enquanto nas crianças é possível, na maioria dos casos, retificar seu posicionamento, nos adultos geralmente implica numa cirurgia. Notamos na prática do balé que conseguimos com treinamentos uma aparente melhora comprovada através do exame de imagem. Devemos isso ao fortalecimento progressivo da musculatura responsável pela rotação externa da articulação coxofemoral.