No circo sempre fiquei impressionada com o equilibrista. Andando de um lado para o outro na corda, equilibrando o corpo e, em outros momentos mais atrativos, equilibrando pratos em varetas e objetos coloridos soltos no ar.
Na vida também passamos por situações semelhantes, parecemos caminhar em uma espécie de corda bamba dentro e fora de nós, buscando equilibrar nossas tarefas e emoções, onde ter concentração, foco no presente, bom humor, mas, principalmente equilíbrio são habilidades necessárias.
Equilibrar as decisões, ações e emoções sem deixar de sentir e viver a realidade talvez seja um desafio, pois não existe uma mesma solução para todas questões, diferente do circo, nem sempre é possível concluir os desafios com equilíbrio, sorriso no rosto e aplausos.
Apenas é possível para nós, a partir dos aprendizados sobre as coisas e sobre nós mesmos, adquiridos ao longo da vida, ponderar o essencial e observar onde é necessário investir a nossa energia no lugar de tentar resolver tudo de uma vez e ao mesmo tempo. Caminhar com mais equilíbrio, entendendo que equilíbrio é escutar nossas necessidades e encontrar as melhores formas de atende-las, lidando com as frustrações e com as dificuldades existentes no percurso.
Quando falamos de equilíbrio, não estamos falando de algo estático, mas sim de algo dinâmico, está sempre em movimento. Enquanto não compreendemos que se trata de algo inconstante, em certos momentos, podemos sentir uma falsa sensação de ter encontrado o equilíbrio, assim paramos, pensando estar tudo resolvido, até o momento que surge uma nova demanda ou problema abalando esse estado de harmonia até então tido com uma conquista, então nos decepcionamos.
Por isso é tão importante compreender o dinamismo do equilíbrio, lembrar dos altos e baixos da jornada, também as novas necessidades que surgem o tempo todo nos ensinando a conhecer melhor nos mesmos.
Precisamos olhar compassivamente para quem realmente somos hoje, não distancianciando de nós mesmos com o foco constante no que deveríamos ser, fazer ou ter.
Ao estarmos em contato conosco e com nossas emoções e sentimentos, aceitando e acolhendo como parte de nós, do nosso caminho e história, vamos encontrando aos poucos, maneiras de lidar com os desequilíbrios emocionais.
É sugerido adquirir entendimento sobre nosso estado atual de sentimento, sermos nosso observador, olhar com consciência para os sentimentos nos permite identificar o porquê estamos sentindo algo, ser mais honestos e expressar com maior clareza o que sentimos.
Para nos mantermos mais tempo em harmonia, é importante silenciar os barulhos externos e atentar para os sons internos, limitar o tempo de trabalho e abrir espaços para relaxar. Quem trabalha em excesso relata chegar em casa cansado, deprimido e triste sem vontade de conversar, sem animo para as atividades prazerosas, um caminho a passos largos para doenças físicas e mentais.
Conscientizar a possibilidade de relações de qualidade e mais saudáveis, seja na vida pessoal ou profissional, se primeiro cuidarmos de nós memos, dos nossos pensamentos e sentimentos.
Somos todos equilibristas, é preciso buscar, da nossa maneira e com gentileza, manusear as demandas da vida, lembrar da impermanência das situações e emoções, lembrar: tudo passa. Podemos atravessar de forma mais consciente e compassiva pelos altos e baixos, sem exigir perfeição, vivendo, conhecendo, aprendendo e sentindo a vida.
Finalizo com uma singela frase da música de Renato Russo (Legião Urbana) pois, música também é uma grande alida nos auxiiando na caminhada do equilibrio:
"Consegui meu equilibrio cortejando a insanidade, tudo esta perdido mas, existem possibiildades!!!"
Fonte: Débora Clais