CICATRIZAÇÃO - A arte do corpo humano


CICATRIZAÇÃO - A arte do corpo humano

A pele é o maior órgão do corpo humano, abrangendo uma área de 7620cm² em um indivíduo adulto mediano. Este revestimento cutâneo tem a função de manter uma capa protetora para todo corpo. Através dele o organismo sustenta um equilíbrio físico-químico e biológico com o meio ambiente. Porém, por ser a parte mais exposta, está suscetível a injúrias, ocasionando ruptura da harmonia tecidual, definida como ferida.

A fisiologia da cicatrização da ferida consiste em uma sequência de eventos guiada por inúmeros estímulos celulares, do próprio microambiente da ferida, que estimulam e inibem os processos de cicatrização, em suas distintas fases, que levam desde a ferida aberta até ela completamente fechada.

Mas quais são os tipos de Cicatrização?

Cicatrização por primeira intenção: fechamento dos tecidos com pontos de sutura; Cicatrização por segunda intenção: a ferida é deixada aberta e fecha-se naturalmente; Cicatrização por terceira intenção: a ferida é deixada aberta por alguns dias e, então, fechada com pontos de sutura se for considerada limpa. A cicatrização pode ocorrer de maneira anormal. As alterações do processo cicatricial podem provocar uma cicatrização em excesso, como a cicatriz hipertrófica e o quelóide, e podem também levar a um défice cicatricial, a exemplo da ferida crônica.

Hipertrófica é definida como cicatriz patológica que se restringe aos limites originais da ferida, elevada, com dor e prurido(coça). Costuma regredir com o tempo, podendo ser tratada com placa de silicone, malhas compressivas, laser e principalmente retirada com nova cirurgia.

Quelóide é uma cicatriz mais grosseira, que ultrapassa as bordas da ferida original, incidência maior 4-16% em populações africanas e asiáticas. Não regride com tempo, e seu tratamento é diversificado, além de malhas compressivas, a ressecção cirúrgica deve ser associada a Betaterapia, que diminui a proliferação celular.

Existe algum fator que influencie negativamente na cicatrização?

A resposta é sim! Obesidade, tabagismo, desnutrição, diabetes mellitus, insuficiência arterial, doença venosa, feridas infectadas, pacientes submetidos a radioterapia, em uso de corticoide; são os principais fatores que ajudam a inibir a cicatrização. Portanto, pacientes com esses fatores de risco necessitam de um acompanhamento mais cuidadoso, de preferência multidisciplinar, para melhor evolução e tratamento da ferida.