Coronavírus e Autismo: orientações para cuidados durante a pandemia


Coronavírus e Autismo: orientações para cuidados durante a pandemia

Com a pandemia, as dinâmicas da vida doméstica tiveram que ser adaptadas para o cumprimento da necessidade de isolamento social. No entanto, os impactos dessas mudanças podem ter sido ainda mais difíceis de lidar para alguns. Esse é o caso das pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), principalmente as crianças.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome que atinge o neurodesenvolvimento e é caracterizada por deficiências na interação e na comunicação social. Com repertório restrito e repetitivo de comportamentos e interesses, apresenta dificuldades em atividades lúdicas e imaginativas.

A existência de uma rotina é crucial na vida de um autista. Diariamente, famílias de crianças e adolescentes portadores de TEA encaram enormes desafios para amenizar o impacto do quadro e promover o desenvolvimento de seus filhos.

Com a chegada da pandemia da COVID-19 e a adoção do isolamento social como forma de conter a contaminação, essas famílias precisaram reestruturar suas rotinas e adotar medidas de ajuste. 

É importante ressaltar que o autismo não é um fator de risco para a COVID-19. Sendo assim, crianças e adolescentes com TEA apresentam sintomas semelhantes aos de outros jovens sem o transtorno. Porém, as características do autismo podem criar dificuldades na adoção das medidas preventivas. Um exemplo são as alterações das funções sensoriais.

Um autista pode apresentar grande interesse pelo odor, sabor e textura de objetos, sendo comum observá-lo passando a mão em tudo e levando os utensílios à boca. Essa prática aumenta a possibilidade de contaminação e os pais devem estar atentos às questões de higiene, mantendo os ambientes ventilados e evitando compartilhar objetos.

Um ponto a ser cuidadosamente planejado é o das atividades escolares. Muitos alunos autistas são assistidos por professores de apoio educacional especializado e material escolar adaptado. Para aqueles que tem acesso às aulas à distância, é interessante manter as atividades propostas, seguindo o mesmo horário que a criança frequentava a escola e respeitando os hábitos de rotina anteriores. Caso não exista o recurso das aulas remotas, é necessário entrar em contato com a escola e buscar outras alternativas. Além disso, manter o vínculo e o contato social dos autistas com outras crianças utilizando as videochamadas ou o telefone é fundamental.

Com a pandemia e as medidas de isolamento social, os familiares de portadores de TEA precisam explorar a criatividade e exercitar a paciência, tanto consigo mesmos, como com seus filhos. Uma das características dos autistas é a presença de padrões limitados de interesse e a dificuldade de se apropriar do mundo simbólico, tornando as brincadeiras monótonas e repetitivas. Por isso, o artigo alerta sobre a importância dos pais desfrutarem de tempo livre para ensinar o valor simbólico dos brinquedos e explorar possibilidades lúdicas.

Várias atividades do dia a dia podem ser grandes oportunidades de aprendizado. Sugerir a participação e colaboração da criança nas tarefas domésticas, respeitando o nível de desenvolvimento e capacidades, pode ser benéfico. Atividades físicas, tanto dentro de casa como ao ar livre, também são bem-vindas.

Fonte: rehab4addiction