Atualmente o termo “depressão” é utilizado para definir qualquer comportamento que nos faça sentir tristeza, chamamos de depressão qualquer sofrimento; porem, algumas vezes, esses sintomas são confundidos e em alguns casos, pessoas fazem o uso de antidepressivos sem prescrição médica, quando na verdade, existem outras doenças além da depressão.
Critérios médicos que permitem o diagnóstico da depressão
Para ajudar a identificar os sintomas da depressão verifique as questões abaixo, retiradas da quarta edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V):
Se a resposta foi não a ambas perguntas, é pouco provável que você tenha depressão. Mas, se uma das respostas foi sim, esteja atento a outros sintomas da doença.
O diagnóstico de depressão requer a presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas que incluam obrigatoriamente humor deprimido ou anedônia (perda do interesse), durante pelo menos duas semanas, provocando distúrbios e prejuízos na área social, familiar, ocupacional e outros campos da atividade diária.
É possível que você se identifique com alguns dos sintomas que aparecem a seguir: é por esse motivo que você NÃO deve se alarmar e, em caso de dúvida, sempre consultar um profissional.
Se além de tudo isso, apresenta também queda de rendimento no trabalho, deterioração social, familiar, de relacionamentos e todos estes sintomas não se deverem ao consumo de nenhuma substância ou medicamento, estes sentimentos de tristeza devem ser analisados por um profissional.
Como diz nosso querido médico Drauzio Varella: “Depressão é a tristeza quando não acaba mais. É uma doença que ataca tão subrepticiamente, que a maioria dos que sofrem dela nem percebem que estão doentes.”
Contudo, é normal, após uma perda ou luto sentir alguns dos sintomas anteriores. Por esta e outras razões, somente um profissional pode diagnosticar uma depressão e medicá-la, se for preciso.
Jamais se automedique ou autodiagnostique!
Como agir diante de uma depressão
Caso você esteja com cinco ou mais sintomas, lembre-se de que nem a automedicação, nem o autodiagnóstico irão te ajudar. Procure a ajuda de um profissional, até mesmo do médico de sua família, pois ele poderá dar as orientações adequadas.
Não se recolha, mesmo que seja o que você mais quer fazer. É importante não alimentar esses sintomas para que eles não cresçam, busque lembrar e começar a fazer aquelas coisas das quais gostava, sempre na companhia de pessoas que possam vir a te ajudar.
É importante enfrentar as situações estressantes que trazem sentimentos negativos, assim podemos ir fechando as feridas e lidando com as cicatrizes. O auxilio psicológico ajudará a encontrar melhores caminhos para trazer de volta o “sentido” que movimenta para avida, aliviar pesos do passado, resignificando as dores, olhando com carinho e sem julgamento para o que causa sofrimento.
Existe um trecho do poeta Amado Nervo, que diz: “A vida é triste, ou eu que estou triste”?
Todos nós já nos sentimos tristeza em algum momento da vida, e isso é normal, pois a felicidade e a alegria permanente não existem. A felicidade está no percurso do dia a dia, em como enfrentamos os obstáculos que aparecem, observando que são, justamente esses obstáculos, os responsáveis pelo crescimento e fortalecimento. Viver os dias, os momentos, geralmente as mesmas coisas, mas aprender a dar um olhar novo...para cada uma delas.
Percebo nos atendimentos que, quando um cliente busca auxílio psicológico, geralmente é porque ou o “balde” esta muito cheio... cheio de tristezas e preocupações, fazer terapia e falar sobre esses conteúdos que estão transbordando, esvaziam o “balde” para que novas e boas coisas possam ocupar esse lugar, ou também, outras vezes, é porque esse “balde” se encontra vazio... vazio de solidão, perdas e separações, neste caso a terapia pode auxiliar a aceitar as coisas que não podemos modificar, deixando ir com gratidão os amores e coisas que a vida leva, olhando e amando a realidade, tal como ela é.
Para finalizar, deixo aqui um dos poemas mais belos e terapêuticos que conheço, ele nos impulsiona ao primeiro passo no caminho de volta para nossa verdadeira casa: O Amor... Nossa Essência!
Quando me amei de verdade – Charles Chaplin
Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância eu estava no lugar correto e no momento preciso. E então, consegui relaxar. Hoje sei que isso tem nome… Autoestima.
Quando me amei de verdade, percebi que a minha angústia e o meu sofrimento emocional não são mais que sinais de que estou agindo contra as minhas próprias verdades. Hoje sei que isso é… Autenticidade.
Quando me amei de verdade, deixei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a perceber que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento. Hoje sei que isso se chama… Maturidade.
Quando me amei de verdade, compreendi por que é ofensivo forçar uma situação ou uma pessoa só para alcançar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou que a pessoa (talvez eu mesmo) não está preparada. Hoje sei que isso se chama… Respeito.
Quando me amei de verdade, me libertei de tudo que não é saudável: pessoas e situações, tudo e qualquer coisa que me empurrasse para baixo. No início a minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que isso se chama… Amor por si mesmo.
Quando me amei de verdade, deixei de me preocupar por não ter tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os megaprojetos do futuro. Hoje faço o que acho correto, o que eu gosto, quando quero e no meu próprio ritmo. Hoje sei que isso é… Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos. Assim descobri a… Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora me mantenho no presente, que é onde a vida acontece. Hoje vivo um dia de cada vez. E isso se chama… Plenitude.
Quando me amei de verdade, compreendi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, é uma aliada valiosa. E isso é… Saber viver!
Fonte: Débora Clais