Prótese peniana
Segundo dados recentes, a disfunção erétil (DE) acomete cerca de 48,8% da população masculina com idade entre 40 a 70 anos. Considerando os indivíduos acima dos 18 anos, estima-se que 25 milhões de brasileiros tenham algum grau de disfunção erétil.
Acredita-se que, no futuro, este número possa ser ainda maior. Isto porque os fatores de risco, que estão associados à DE, estão cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia. Entre eles, pode-se salientar a obesidade, sedentarismo, aumento dos níveis de colesterol e triglicérides, depressão, doenças coronarianas, hipertensão arterial e diabetes. Além disto, contribuem a idade, baixa escolaridade e baixa renda. Atualmente, com o novo perfil da mulher na sociedade, as exigências e cobranças na esfera sexual estão maiores e, não raramente, chegam a intimidar o parceiro, que passa a se preocupar mais com seu desempenho do que com o relacionamento sexual propriamente dito.
As alterações encontradas nos pacientes com DE podem ser enquadradas em uma ou mais das seguintes causas:
Hormonal – identificada por perda da libido, queda dos pêlos entre outros sintomas.
Neurológica – possível em pacientes com diabetes, traumas medulares e naqueles submetidos a cirurgias para a retirada de tumores da próstata.
Vascular – representada pelos casos de obstruções das artérias cavernosas.
Medicamentosa – em especial, os anti-hipertensivos e os anti-depressivos.
Peniana – como a doença de Peyronie que pode causar deformidade peniana.
Psicológica – o aspecto psicológico está sempre presente, mesmo quando a doença que leva à DE é orgânica. Após uma falha na ereção é comum haver a preocupação quanto ao desempenho na próxima relação. É o que se entende por ansiedade de desempenho.
A avaliação médica é realizada através de uma entrevista e exame físico. A grande maioria dos casos tem seu diagnóstico baseado nestes dois elementos. Em determinados casos pode-se recorrer a um ou mais exames complementares. Estes podem ser exames laboratoriais (hemograma, glicemia, colesterol, triglicérides, dosagens hormonais...) bem como testes de ereção, que podem ser realizados com medicação oral ou injetável, dentro do corpo cavernoso peniano, associados ou não ao exame de eco-doppler.
O tratamento é individualizado, respeitando as preferências de cada paciente.
De maneira geral, os tratamentos de primeira linha incluem os medicamentos prescritos por via oral e a psicoterapia conduzida, de preferência, por psicólogo/terapeuta sexual. A vácuoterapia, também considerada como de primeira linha é geralmente associada com medicações por via oral. Recentemente, foi incorporado o tratamento não invasivo por ondas de choque de baixa intensidade com bons resultados e, por isso, sendo outra opção de tratamento da DE.
Nos casos mais complexos ou naqueles em que o tratamento de primeira linha não teve o sucesso esperado, pode-se recorrer a cirurgias para colocação de próteses penianas. Dentre as próteses penianas, as infláveis apresentam maior índice de satisfação associado a baixos índices de complicações e continua sendo a forma mais resolutiva para o tratamento da disfunção erétil grave.