Dor no Ombro


Dor no Ombro

A dor no ombro é, sem dúvidas, uma das queixas mais frequentemente ouvidas pelos ortopedistas. Não há preferência por sexo, idade ou gênero, podendo ocorrer em crianças, adultos, idosos, homens e mulheres, esportistas ou sedentários. São bastante desagradáveis, pois limitam movimentos simples, como erguer e abaixar os braços, e muitas vezes pioram durante a noite, ao deitarmos.

Na maioria dos casos, dores no ombro são sintomas de lesões provocadas pela repetição de movimentos que machucam os tendões e por processos crônico- degenerativos que ocorrem depois dos 40, 50 anos de idade. O ombro é a articulação que tem a maior mobilidade do corpo humano. Por isso, fica mais vulnerável a lesões, como deslocamentos e tendinites.

O ombro é constituído por tendões - conhecidos como manguito rotador - que são responsáveis por sua movimentação. Entre os tendões e o osso acrômio há um espaço ocupado pela bursa (palavra de origem latina que significa bolsa), que secreta um líquido lubrificante. As pessoas costumam chamar de bursite a dor que sentem no ombro. Entretanto, bursite não é a única patologia que cursa com dor, podendo se tratar de uma tendinite, calcificação tendínea ou até uma ruptura do tendão.

Esportistas e pessoas que executam movimentos repetitivos com o braço estão mais sujeitas a sentir dor no ombro. Além disso, a partir dos 50 anos, os tendões passam a sofrer uma pressão da cabeça do úmero, o que diminui sua vascularização. Trata-se de um processo crônico-degenerativo do tendão, que pode sofrer rupturas com mais frequência. A dor noturna e ao fazer força para levantar o braço são indicativos de que o tendão pode ter rompido.

Diagnóstico e Sintomas

O paciente pode ou não referir que sofreu um trauma no ombro. A dor geralmente aparece quando se ergue o braço para alcançar um objeto, ou ao deitar para dormir. Dor que irradia para o meio do braço, perda parcial ou total da força muscular e dos movimentos do ombro também são alterações comumente encontradas.

Diante da presença de sintomas como os acima descritos, é importante procurar um médico para que seja feito uma avaliação clínica e sejam solicitados exames complementares.

Tratamento

O tratamento varia em cada caso, podendo ser desde medicação antinflamatória associado a sessões de fisioterapia, até técnicas mais modernas como por exemplo a terapia por ondas de choque (são ondas acústicas de alta energia geradas por uma tecnologia especial fazendo com que haja um aumento da vascularização no local estimulando a cicatrização tecidual e reabsorção de calcificações), procedimentos minimamente invasivos guiados por ultrassonografia (utilizam agulhas e medicações especificas abordando a lesão com precisão, podendo evitar cirurgias). Já nos casos refratários ou com lesões maiores, pode ser necessário o tratamento cirúrgico (habitualmente realizado por videoartroscopia).

É importante saber que as lesões dos tendões não tendem a cicatrizar sozinhas e nem diminuem. Ao contrário, costumam aumentar com o tempo, pois o músculo está sempre puxando o tendão para executar o movimento do osso e, desta forma, aumenta cada vez mais o afastamento. Por isso, alguns pacientes necessitam ser tratados por cirurgia artroscópica. Dessa forma, poderão evitar a ocorrência de problemas mais sérios no futuro, levando a sequelas, muitas vezes irreversíveis.

Prevenção

Por tratar-se de articulação com grande amplitude de movimentos, devemos realizar com regularidade exercícios de alongamento que favoreçam a mobilização articular e fortaleçam a musculatura do ombro e da escápula. Por outro lado, devemos evitar movimentos repetitivos com o braço acima da linha do horizonte por tempo prolongado.

Fonte: RSaúde