Quando um casal recebe o resultado positivo de uma gravidez, experimenta muitos sentimentos ao mesmo tempo em que nutrem uma expectativa muito grande em relação ao bebê que está a caminho. Após o nascimento, a família aguarda ansiosamente por todas as fases de desenvolvimento da criança: ficar firme no colo, a interação, o sentar sozinho, começar a engatinhar, depois a andar e, é claro, o “começar a falar”.
E quando a fala não surge ou está muito atrasada? Surgem inúmeras dúvidas, angústia e a busca por profissionais se inicia. Por esse motivo, geralmente, o Fonoaudiólogo é o primeiro profissional consultado. Infelizmente, ainda é muito comum em nossa sociedade ouvirmos: “Ah, ele tem o tempo dele, espera que ele vai falar!”, ou “Menino demora mais mesmo, espera...” Isso, tanto de pais, quanto de alguns profissionais da saúde (desatualizados, é claro!).
A demora em notar os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA), acaba trazendo o diagnóstico tardio e isso leva a um atraso no início das intervenções, afetando ainda mais o desenvolvimento da criança. Com a atualização do DSM-V (2013), que foi feito para facilitar o diagnóstico, isso está mudando e trazendo um prognóstico melhor nos casos de TEA, pois se pode dar início às intervenções muito precocemente, que é o ideal.
O ideal também seria que médicos e demais profissionais da saúde, assim como escolas e profissionais da educação, estivessem bem informados e atualizados acerca do Autismo para que em qualquer ambiente e sob qualquer avaliação, estas crianças possam ser identificadas e logo encaminhadas para as intervenções necessárias.
Os médicos especialistas devem estar sempre atualizados acerca de medicações que possam auxiliar no controle dos comportamentos problema, que são barreiras de aprendizagem para o desenvolvimento adequado da criança. Em resumo, a família deve procurar um Psiquiatra Infantil, ou Neuropediatra e também um Psicólogo Analista do Comportamento (ABA), todos capacitados para fazer esse diagnóstico.
Ainda que os médicos solicitem exames neurológicos ou genéticos, ambos são com o intuito de investigar ou descartar outras síndromes ou patologias, já que o diagnóstico de Autismo é fundamentalmente clínico e observacional (não existe exame para o diagnóstico de TEA). Instituições como a Associação de Amigos do Autista (AMA), a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (APAE) oferecem atendimento especializado e também podem ser procuradas pela família.
Como se sabe, os pais esperam encontrar a resposta para suas dúvidas nessa busca infindável por tantos profissionais e precisam ser informados o quanto antes de uma hipótese de TEA. Entretanto, a hipótese diagnóstica deve ser dada de forma amorosa, devido às inúmeras dificuldades cotidianas que as famílias encontram no cuidado das pessoas com autismo.
Sendo assim, o primeiro passo a ser dado após o recebimento do diagnóstico é a escolha da metodologia das intervenções e tomar cuidado com terapias ecléticas: deve-se definir uma linha de tratamento e segui-la.
O TEA ainda é uma questão que gera muitas dúvidas, não somente entre os pais, mas na população em geral. Fazer o diagnóstico não é tarefa fácil e, apesar do avanço da ciência, o Autismo ainda não tem suas causas definidas. Ainda assim, é possível realizar uma intervenção com equipe multidisciplinar e que certamente contribuirá para uma melhora na qualidade de vida da criança e de sua família.