Cirurgia plástica na melhor idade


Cirurgia plástica na melhor idade

Vivemos hoje uma verdadeira revolução da qualidade de vida, principalmente representada pela terceira idade, ou melhor idade, como se fala com frequencia. Esse público, antes acanhado, agora procura se cuidar e manter ativos seu corpo e sua mente. No entanto, algumas vezes o corpo sofre a ação do tempo um pouco mais rápido que a mente e ajustes precisam ser feitos para manter um bom equilíbrio. É com esse pensamento que a maior parte dos que passaram dos sessenta procura o cirurgião plástico.

Embora a blefaroplastia (cirurgia da pálpebra), o lifting facial (correção da flacidez da face e pescoço) e os procedimentos minimamente invasivos, como o preenchimento facial e a toxina botulínica (botox), estejam entre os mais requizitados para atenuar as marcas do tempo outros procedimentos também são procurados com frequencia, como cirurgias de mama (redução de mama e aumento com prótese de silicone) e de abdome (lipoaspiração e abdominoplastia).

Por outro lado, muito se questiona sobre os riscos apresentados por um paciente idoso diante de um procedimento cirúrgico, uma vez que o avanço da idade pode levar a uma diminuição da reserva funcional. Essa reserva, por sua vez, é como uma margem que o organismo tem para suportar agressões. É fundamental que isso seja levado em consideração e que a segurança permaneça como tema central na decisão da abordagem terapêutica.

A idade cronológica não é o fator mais importante, mas sim o estado de saúde.

No entanto, a idade cronológica não é o mais importante, mas sim o estado de saúde. Portanto, não existe uma regra que determine a idade máxima para cada procedimento. Existe sim, a necessidade de cuidados maiores na investigação médica, principalmente com uma boa anamnese (entrevista que o médico faz na consulta).

Em se tratando de cirurgias eletivas (programadas), a cirurgia plástica deve esperar até que as condições ideais sejam atendidas. Portanto, doenças crônicas, como pressão alta, diabetes e alterações da tireóide, não impedem a realização de procedimentos, mas devem ser controladas antes. Daí a importância de uma boa avaliação e dos exames. Assim, o risco será o menor possível.

Sendo um pouco mais específico, segue uma relação dos problemas de saúde mais comuns com o avançar da idade.

Hipertensão arterial sistêmica (pressão alta): aumenta o risco de complicações, como AVC e infarto, quando não controlada adequadamente. Normalmente as medicações não são suspensas, sendo utilizadas até mesmo no dia da cirurgia. Pergunte ao seu médico qual a orientação dele nesse caso. Um pequeno aumento na sua pressão no dia da cirurgia é normal e costuma estar relacionado à ansiedade.

Cardiopatias: a doença isquêmica do coração, ou coronariopatia, é a mais comum. Trata-se da deficiência do suprimento sanguíneo para o coração e pode levar ao infarto. Pessoas com esse tipo de problema devem ser tratadas antes da cirurgia. Pessoas revascularizadas (submetidas a cirurgia cardíacas ou stents por cateterismo) podem fazer a cirurgia depois de liberadas pelo cardiologista.

Diabetes mellitus: é uma doença bastante comum do metabolismo, que resulta em aumento da taxa de glicose no sangue. Essa desordem causa problemas de circulação a longo prazo, que podem afetar a cirurgia, quando não controlada. As medicações baixam essa taxa de glicose, o que pode ser muito perigoso juntamente com o jejum. Portanto, pergunte ao médico qual sua orientação em relação a isso.

Problemas da tireóide: o mais comum nesses casos é o hipotireoidismo. Seu tratamento consiste na reposição do hormônio da tireóide e não costuma ser interrompido, assim como os anti-hipertensivos.

Problemas articulares: podem demandar cuidados especiais em relação ao posicionamento na cirurgia. Portanto, relate ao seu médico.

Colesterol alto: dentro de certos limites, não causa prejuízos imediatos à cirurgia, mas deve ser tratada, principalmente para minimizar os riscos a longo prazo.

Não esqueça de informar ao médico sobre todas as medicações em uso.